terça-feira, 2 de março de 2010

Soberania divina

Para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos. 1Co 8.6 NVI

Embora não confesse abertamente o homem não quer se submeter a Deus, mesmo aquele que diz ser submisso quer manter o controle. Herdamos isto de Adão e Eva.

Precisamos encarar essa realidade e refletir sobre ela a luz de que existimos para Deus. Por isso fomos criados.

Eu sempre disse que queria fazer a vontade de Deus, (principalmente depois da minha conversão), e pensava ser sincero. Mas Deus não se deixa influenciar por intenções e nem por aparências. Ele olha o coração, e sabia que se tivesse dito: “Doriel, tenho algo para você fazer em Pernambuco. Saia da Bahia”. Eu teria fraquejado equacionando: Como farei isso? De que forma vou sustentar minha família? (é mulher e quatro filhos menores).Vou ficar longe da parentela e abandonar 20 anos de empresa? Não tenho preparação teológica e nem apoio denominacional, Como vou fazer isso? (Não vão me aceitar) Como vou sobreviver? Afinal o que vou fazer em Pernambuco que não posso fazer na Bahia? E provavelmente procuraria me justificar fazendo provas ao estilo de Gideão. Jz 6.37-40

Deus sabia que embora afirmasse que Ele era a minha rocha, minha fortaleza e segurança, eu me sentia seguro era na empresa que trabalhava e usou a empresa para me trazer a Recife (Ele tem o coração do rei na mão). Treinou-me, e me moldou depois me mostrou e fez tudo o que eu não podia fazer. Hoje está me usando para lhe dizer: “Não tente impedir o trabalhar de Deus em sua vida. Ele tem algo grande para fazer em você e com você”. Você faz idéia do que é que é grande para Deus? Eu também não faço. Mas sei que vale a pena pagar para ver. Basta se submeter e verá as coisas grandes que Ele pode fazer.

É difícil aceitar que não fomos criados para arranjar um bom emprego, casar, ter filhos e ser feliz para sempre.

A carne reage de forma negativa ao fato de que fomos feitos para glorificar a Deus e realizar os propósitos Dele na Terra e que essas outras coisas (emprego, casamento, filhos felicidade, etc.), são apenas bonificações.

Deus governa de maneira absoluta. Tudo o que acontece é porque Ele faz acontecer diretamente ou permite conscientemente. Nada na história acontece ou deixa de acontecer que não esteja sob Seu controle.

Apenas quando você entende isso passa a aceitar seriamente a autoridade de Deus.

Nosso Deus é soberano. Isso significa que não existe aquilo que chamamos de sorte. Essa palavra não deveria ser usada com seriedade. Não existe sorte ou falta de sorte. Sob o governo de Deus, não há acasos.

Qualquer coisa que aconteça a você, seja boa ou ruim, passa pela mão divina. Não existem acidentes com Deus.

Certa vez li algo interessante sobre esse assunto. Alguém foi fazer um seguro de saúde. O agente perguntou: “Você já sofreu algum acidente?”

Ele respondeu: “Nunca sofri um acidente, embora já tenha sido mordido por uma cobra e um cavalo já me deu um coice nas costelas. Fiquei doente alguns dias; mas não sofri qualquer acidente”.

O agente disse: “Não estou entendendo. Uma cobra o mordeu e um cavalo lhe deu um coice. E isso não é acidente?”

Não eles fizeram de propósito, disse o homem.

Ele estava certo, pois tanto a cobra queria morder como o cavalo queria bater.

As coisas não acontecem simplesmente. Tudo o que acontece está sob a vontade soberana de Deus.

Quando entendemos isso, a vida assume uma forma e uma perspectiva diferente.

Não existem acasos, sorte ou erros; o bem e o mal estão sobre o controle de Deus. Um bom exemplo é quando Moisés tenta dizer a Deus que não pode assumir a missão no Egito porque é gago e Deus lhe pergunta:

Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo? Ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Êx 4.11

Deus sabia tudo a respeito do problema de fala de Moisés, pois foi ele que o fez assim.

Nada escapa a Deus nem mesmo um detalhe de nossas vidas, até os cabelos da nossa cabeça são todos contados. Mt 10.30 Isso nos leva a três perguntas:

A primeira (pergunta) é: Se Deus está no controle porque preciso tomar decisões? Se Ele já determinou que tudo acontecesse, porque não sento, relaxo e deixo que Ele faça o que quiser, já que fará isso de qualquer maneira?

Esse é um grande conflito, que em teologia é chamado de antinomia, (e alguns confundem com autonomia). Antinomia significa verdades paralelas que caminham lado a lado sem se cruzar. De um lado temos um Deus soberano. Do outro, temos nossas decisões.

Vou usar alguns exemplos na tentativa de responder essa pergunta.

Suponha que você receba um aviso do correio para tirar algo, e para isso deve ir, pessoalmente, a determinada agencia, com documento de identificação, e pagar determinado valor.

Você recebeu algo definido (planejado), embora haja várias maneiras de você fazer isso. Você pode ir de carro ou de ônibus. Pode pegar uma carona ou ir andando. Também pode escolher o caminho e ir pelo centro ou por alguma perimetral. Você também decide qual o documento de identificação que vai apresentar (RG, carteira de trabalho, de motorista, passaporte, etc), e também a forma de pagamento, se em cédulas, moedas, cheque, cartão, etc. Todas essas decisões são suas, e você não consegue retirar o objeto sem uma delas.

Você pode decidir muitas coisas, sem alterar o propósito do planejamento (preestabelecido pelo correio). Essas escolhas não impedirão que você chegue ao lugar planejado.

Embora o seu destino continue o mesmo, você pode manter suas opções em aberto.

Se você optar por não ir aquela agencia o objeto retornará ao lugar de origem e o responsável se comunicará com você de alguma forma. Isso pode levar algum tempo, mas acontecerá. E você pode dizer: “fulano me enviou algo pelo correio, mas dei bobeira e voltou”.

Ou seja, o plano do correio se cumpriu. Você decide aparecer e recebe ou não aparecer e perder.

Você tem de participar na escolha da trajetória, pois Deus planejou assim. Você não vai impedir Deus de chegar aonde quer chegar. A questão é: como você estará quando Ele chegar?

Por exemplo, Deus determinou que todos os homens dêem glória ao Seu nome, (ou seja, reconheçam a autoridade Dele). Alguns darão glória no Céu outros no inferno. Farão de forma diferente (provavelmente murmurando), mas reconhecendo a soberania e a autoridade de Deus, e sabendo que Ele lhe deu uma escolha quanto ao caminho que iria seguir.

No inferno não tem ateu. Todos sabem que estão lá porque Deus os puniu.

A Segunda (pergunta) é a oração. Por que precisamos orar para que Deus faça determinada coisa se Ele já decidiu o que vai fazer?

Precisamos de outro exemplo.

Embora o filho seja pequeno e dependente a mãe o coloca em outro quarto. Ela sabe, que algumas vezes, precisará levantar a noite para atender o filho. Mas resolve só fazer isso quando a criança chamar. A voz da criança não obriga a mãe se levantar, pois ela já tinha tomado a decisão de fazer isso.

Portanto, quando a criança chama pela mãe, ela faz o que já havia planejado fazer. Subtende-se que se a criança não chamar a mãe não vai levantar, embora nada impeça que por excesso de cuidado, ela tome outra decisão e resolva dar uma olhadinha, mesmo sem a criança chamar.

Deus determinou o que só faria determinadas coisas quando pedíssemos, e quando oramos pedindo Ele responde, ou seja, faz (exatamente) o que planejou.

Nada tendes porque não pedis. Tg 4.2

Nota: Nós não tínhamos dinheiro para colocar cerâmica no piso do templo da igreja. Certo dia a Pra. Bernadete nos procurou dizendo: “Eu estava orando sobre o piso da igreja e ouvi o Senhor dizer: “não tem porque não pedem”. Passamos a orar e em pouco tempo uma senhora que não congregava conosco deu uma oferta que foi usada para esse fim.

Deus nos deu opções, (dentro de Sua soberania). Ninguém pode mudar os planos de Deus, embora possa cooperar.

Mais um exemplo:

Tanto eu como Liane vamos com mais freqüência a algumas Igrejas Obreiros de Cristo do que a outras. Por quê? Porque somos convidados (pedem para nós irmos). Nas outras igrejas sempre fomos bem recebidos, mas vamos eventualmente, porque não nos pedem para ir.

A terceira (pergunta) é sobre a origem do mal. Como um Deus Santo pode permitir o pecado?

Os teólogos meditam sobre essa questão há séculos, e alguns dizem que a feiúra do pecado serve para realçar (medir) a graça. Outros que a fidelidade é tão importante que Deus permitiu o mal para testá-la. Reflita sobre isso.

Ainda existe aqueles que afirmam que a derrota completa do mal será o fundamento básico para que todos louvem a Deus.

São respostas interessantes, mas a minha preferida é a seguinte: Para que o homem cumpra seu papel, (aqui na Terra), vivendo de maneira autêntica como um agente moral com poder de escolha, a possibilidade do mal tem de existir.

Negar essa possibilidade seria anular aquilo que Ele mesmo criou, (um ser portador de Sua imagem), e a personalidade ficaria reduzida a robótica. Deus não criou robôs, Ele gerou filhos.

Portanto, Deus não causa o pecado, não o incita, não o autoriza e nem o aprova.

Contudo, deixa (o pecado) acontecer permitindo que Suas criaturas, (as quais dotou de vontade moral), decidam pelo bem ou pelo mal. Sejam fieis ou rebele-se contra Sua autoridade.

Permitindo o mal, Deus permite que façamos uma escolha. E quando escolhemos o certo Ele invalida o mal.

Gosto do exemplo de José, em que o mal, de várias maneiras, foi intentado contra ele, mas Deus reverteu a situação e ele pode dizer:

Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente viva. Gê 50.20

Visualize a soberania de Deus sendo exercida no Calvário e todo o mal intentado contra sua vida sendo revertido em beneficio.

Reafirme a sua aliança com aquele que é soberano. Aquele a quem foi dado autoridade para dizer:

Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Jo 14.6 NVI

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Deus abençoe