sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O MONTE


O monte é um lugar de visão. Nele você amplia a visão em sua volta e também no seu interior. Os montes parecem ser os lugares prediletos de Deus.

‘Ele se encontrou com Abraão no monte Moriá. Falou com Moisés em uma sarça em chamas sobre o monte Horebe. Entregou as tábuas da Lei no monte Sinai. Falou com Elias em cima de um monte, no “murmúrio de uma brisa suava”.

Se você parar para pensar, verá que o monte é onde céu e terra mais se aproximam um do outro. Há algo transcendente (e carismático) no monte. O profeta Ezequiel, (dar a entender), que o jardim do Éden ficava sobre um monte.

Estavas no Éden jardim de Deus; (...) permanecias no monte santo de Deus... Ez 28.13,14

A altura sempre nos sugere transcendência, poder e visão. Ela é venerada por muitos.

No mundo antigo, os altares costumavam ser construídos em “lugares altos”. Mesmo hoje falamos em padrões e idéias elevadas. Funcionários públicos e executivos de empresas privadas disputam lugar em cargos superiores. Quando alguém se mostra pretensioso nós o mandamos descer do salto.

Grandes alturas nos inspiram, mas também nos humilham, porque expõem nossa pequenez.

Quando o súdito comparece diante do rei, ele se curva, reconhecendo que está na presença de alguém de posição mais elevada;

Quando o crente, de qualquer religião, ora (ou reza), se ajoelha, reconhecendo que está na presença do seu senhor. (O seu “deus”);

Quando o rapaz pede a moça em casamento, ele se apóia sobre um joelho, reconhecendo que está na presença de sua senhora.

Um dos nomes de Deus é “Altíssimo”. Este nome é usado cerca de 50 vezes na Bíblia, significando que Ele está acima de tudo.

A Queda significou deixar o Éden e, portanto o monte. Não podemos ignorar algo sobre o cume do monte: ninguém tem permissão para ficar lá permanentemente. Todo mundo precisa retornar ao vale e enfrentar a vida lá embaixo. Isso significa que de vez em quando a dúvida se levantará.

Nota: Já tivemos experiências que “não sabemos se a terra subiu ou se o céu desceu”, mas que gostaríamos que não parasse. Que nunca se acabasse. E depois veio a dúvida.

Jesus costumava subir no alto de um monte para orar. Assim, Pedro, Tiago e João não se surpreenderam quando, certo dia, Ele os levou consigo até o monte, que às vezes é chamado de monte da transfiguração.

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobre modo brancas, como nenhum lavandeiro da terra as poderia alvejar. Apareceu-lhes Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus. Mc 9.2-4

Eles tiveram a oportunidade de vê-lo transfigurado no alto do monte.

Eu gostaria de levantar uma questão: Que idéia você tem da “transfiguração”? Para você a transfiguração é apenas brilho no rosto, como aconteceu com Moisés? Ou é algum efeito especial como os que temos visto no cinema? O que é a transfiguração para você?

‘Sabemos que transfigurar é transformar em algo diferente, mas biblicamente falando, esta resposta não é suficiente.

‘Costumamos falar no arrebatamento apenas como um transporte sobrenatural. Da mesma forma que você é transportado em espírito, (inclusive com a mesma velocidade). Num piscar de olhos você sai de um lugar para outro independente da distância. No arrebatamento ocorrerá isto, só que com o corpo, e este corpo estará transformado (ou melhor, transfigurado) pela glória de Deus.

Nota: É assim que penso. Teremos as vestes adequadas para estar na presença do Senhor. Esta é uma posição elevada que (realmente) desejo, e você?

Quando falamos no arrebatamento pensamos em “ser transportado” as alturas e encontrar com Jesus. Não costumamos pensar que nosso corpo sofrerá uma transformação radical e simultânea. Vejamos o que a Bíblia diz:

Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdará a incorrupção.

Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta.

A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. 1Co 15. 50-53

Pedro vendo Jesus transfigurado reagiu sugerindo que permanecessem naquele lugar e, (em um comentário que revela a incrível falta de entendimento), propôs construírem tendas para Jesus, Elias e Moisés,

Pois não sabia o que dizer Mc 9.6

Quando você não sabe o que dizer, o bom senso diz que é melhor ficar calado, (é melhor não dizer nada), mas, ao que tudo indica isso não passou pela cabeça de Pedro. E essa experiência no cume do monte não o impediu de negar Jesus na frente de todo mundo quando foi pressionado pela criada do sumo sacerdote.

Por que não podemos ficar para sempre no monte? Não sei. Talvez seja porque, por mais que a felicidade seja importante, há outras coisas que devem acontecer, de modo que a felicidade não se torne o tipo errado de “deus”.

Talvez, se ficarmos tempo demais no cume do monte, corra o risco de adorar o monte, onde encontramos Deus, em vez de adorar o próprio Deus. Vamos sempre ficar procurando a sensação da experiência. Muitos caem nesta cilada e só querem sentir.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

FÉ, CRENÇA OU CONVENIÊNCIA?

Fé é crer com o corpo o que afirmamos crer com a mente. Observe dois sujeitos que professam a mesma fé e provavelmente descobrirá que têm convicções diferentes.

Todos têm convicções sobre o que crêem, e elas podem ser: Púbica (o que digo ser); privada (no que penso crer) ou íntima (no que revelo crer pelos meus atos). Veja o que você anda fazendo e descubra no que (realmente) você crê!

As convicções públicas são aquelas em que você quer que as pessoas pensem que você acredita em algo, mesmo que não seja verdade.

‘Por exemplo: Uma senhora lhe pergunta o que acha da sua aparência, (maquiagem ou do seu vestido), mesmo que a resposta certa seja: “Está horrível.” Você não faz a declaração deste tipo para manter um bom relacionamento, (ou simplesmente para ser simpático).

‘Personalidades públicas são famosas por anunciar suas convicções com o intuito de criar uma impressão em vez de transmitir a verdade. Por exemplo: “Este é o melhor país sobre a face da terra”; “Esta é a eleição mais importante da nossa vida”. Embora não seja verdade, soam como se fosse e permite ao falante impressionar os ouvintes.

‘Tem sido assim durante muito tempo. Depois que Jesus nasceu, o rei Herodes disse aos magos:

Vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá adorá-lo. Mt 2.8

‘Esse não era o verdadeiro intento de Herodes. Ele só queria influenciar os magos a seu favor.

Convicções privadas são aquelas em que você pensa acreditar, mas que no final das contas, sua crença é ilusória. Por estranho que pareça você pode acreditar em algo e ao mesmo tempo as suas convicções serem contraditórias.

A convicção parece real no momento, mas se as circunstancias mudam, ela também muda.

‘Um exemplo bíblico disso aconteceu na noite antes de Jesus morrer, quando ele anteviu que Pedro o negaria, e Pedro discordou:

Ainda que todos te abandonem, eu não te abandonarei! Respondeu Jesus: “Asseguro-lhe que ainda hoje, está noite, antes que duas vezes cante o galo, três vezes você me negará. Mas Pedro insistia ainda mais:Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. E todos os outros disseram o mesmo. Mc 14.29-31

No momento em que proferiu estas palavras, é evidente que Pedro estava sendo sincero, embora suas convicções não fossem verdadeiras, pois não se sentia da mesma maneira, quando foi confrontado pela criada do sumo sacerdote.

Estando Pedro embaixo no pátio, veio uma das criadas do sumo sacerdote e, vendo Pedro, que se aquentava, fixou-o e disse: Tu também estavas com Jesus, o Nazareno. Mas ele o negou, dizendo: Não o conheço, nem compreendo o que dizes. E saiu para o alpendre. Mc 14.66-68

Às vezes achamos que temos convicções, mas elas se mostram instáveis, pois, não são profundas, e, quando as circunstancias se alteram, sentimos diferente. Eu diria que algumas vezes estamos sinceramente enganados.

As convicções privadas envolvem um auto-enganou: queremos acreditar em algo, ou estamos empenhados em acreditar, mas no fundo sabemos que é falso. Isto acontece com freqüência num relacionamento onde um dos cônjuges quer acreditar que o outro vai mudar, embora não veja mudança.

Acontece também em relacionamentos comerciais, e o mais comum é no esporte, onde torcidas inteiras querem acreditar que o seu time pode ser campeão, quando ele corre o risco de rebaixamento. (E por incrível que pareça elas acreditam no que estão dizendo). O mesmo acontece com Pais que exageram as habilidades dos filhos.

Um grupo estava estudando a passagem bíblica sobre o profeta Eliseu e seu servo no momento em que o inimigo vinha contra eles e o servo se sentia muito inseguro. Eliseu orou para que Deus lhe abrisse os olhos, e de repente o servo viu que estava cercado de anjos e carros de fogo, o que significa que estava seguro sob os cuidados vigilantes do Senhor.

‘O líder do grupo perguntou: “Como reagiriam se acontecesse a vocês uma coisa dessas?” É uma boa pergunta. Como você responderia a ela? Um dos integrantes do grupo, (considerado um homem brilhante, com título de ph.D.), e que passara a vida inteira na igreja respondeu: “Eu ficaria surpreso em descobrir que aquilo em que acreditei a vida inteira acabava de se revelar verdadeiro”.

Confesso que para mim é difícil entender esta resposta. O que significa crer em alguma coisa se me causaria surpresa ela se mostrar verdadeira? Às vezes é difícil para alguém (razoavelmente) honesto expressar aquilo em que acredita.

As convicções íntimas são aquelas que se revelam em nossos atos diários, (no que fazemos de fato). Compõem o que poderia ser chamado de “mapa mental”. Cada um de nós tem um mapa mental sobre como as coisas são e como a vida funciona de verdade.

‘Por exemplo: Acredito que, se eu puser a mão no fogo vou me queimar com a mesma convicção que acredito na gravidade. Isto faz parte do meu mapa mental, portanto não preciso me esforçar para me comportar de modo coerente com o fogo e nem com a gravidade.

Não preciso demonstrar a ninguém a minha crença na força da gravidade. Não preciso lembrar a mim mesmo que não devo saltar de um prédio de dez andares. (Por outro lado se eu quisesse cometer suicídio eu saltaria), meus atos são sempre o resultado de meus propósitos e de minhas convicções íntimas.

Nota: Seus atos revelam em que você realmente crê. Da mesma forma os meus atos revelam em que de fato creio.

Existem determinadas situações em que mesmo sabendo que tem total segurança você hesita. Para alguns é andar numa montanha russa, para outros é andar de avião ou de barco, e para outros um elevador panorâmico.

‘Todos acreditam na segurança, mas quando arrisca descobre que o corpo não acredita que está seguro. (As glândulas sudoríparas têm duvidas a respeito. As batidas do coração aumentam. O estomago protesta). Você tenta convencer o corpo de que ele está seguro, mas ele parece não ouvir. Entretanto outras pessoas fazem essas coisas todos os dias. O corpo delas acredita estar seguro

É estanho, mas é comum você acreditar em algo que seu corpo não acredita, vejamos alguns possíveis exemplos:

‘A Bíblia diz: Não julguem para que não sejam julgados. Mt 7.1 Todos crêem nisso, mas é evidente que a boca de muitos não está nem um pouco convencida.

É melhor dar do que receber. At 20.35 Ninguém contesta este ensino, embora alguns não consigam abrir a mão.

Fé é crer com o corpo o que afirmo crer com a mente.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

BOA-FÉ

Uma coisa é dizer que crê e outra bem diferente é acreditar no que diz que crê. Veja o que você anda fazendo e descubra no que (realmente) você crê!

O melhor indicador de suas verdadeiras crenças e propósitos são os seus atos. Eles sempre fluem do seu mapa mental. O que você afirma crer pode ser falso. O que você pensa crer pode ser transitório.

Vivemos sempre a mercê do que pensamos que as coisas são. Por exemplo: Embora a mentira seja uma abominação para o Senhor, algumas vezes agimos como se fosse necessária para evitar um constrangimento, uma dor ou simplesmente para levar vantagem.

Nosso comportamento também trás a tona o que (realmente) cremos a respeito de Deus. Eu o desafio a examinar a crença de que Deus sempre está presente e nos observando.

Acompanhe o meu raciocínio: Se o seu patrão, seu cônjuge ou sua mãe estivesse lhe observando o tempo todo, você evitaria alguns comportamentos negativos, porque você não poderia dizer que é mentira o que sabia ser conhecido. Não faria certas coisas. Seu comportamento seria alterado.

No entanto, praticamos coisas que sabemos desagradar a Deus. Será que cremos realmente que Ele está presente ou temos a capacidade de deixar de lado essas crenças quando nos é conveniente?

Identificamos como má-fé o comportamento de alguém que afirma crer de um modo, porém age de outro. Por outro lado, denominamos boa-fé a coerência entre o que afirmamos crer e como agimos de fato.

No testemunho de Jesus há coerência. O que Jesus pensava e dizia estava em harmonia com o que fazia. Ele era um Homem de boa-fé. Ele também era um mestre. Que tipo de mudança, você acha, que Jesus está interessado em efetuar, na sua e na minha vida?

Nota: Como qualquer bom professor, Ele está interessado em como as coisas verdadeiramente são – sem dissimulação nem auto-engano.

Havia coerência entre o que Jesus dizia, pensava e fazia. Ele acreditava existir um Pai Celestial sempre presente com Ele, que o amava. Jesus acreditava nisso como nós acreditamos na lei da gravidade.

Os discípulos olhavam para Jesus e pensavam: “Eu gosto da vida dele. Queria ser capaz de viver do mesmo jeito” (por isso o seguiam). Quando tentaram fazer o que Jesus disse, descobriram que seus ensinamentos faziam sentido. O perdão funcionava melhor que a vingança.

O crescimento dos discípulos se deu mais ou menos assim: primeiro, eles tiveram fé em Jesus; depois começaram a ter a fé de Jesus.

A mais profunda convicção do cristão é a de que Cristo não estava errado.

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Deus abençoe