segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A pecadora e a bondade de Deus.

Parece estranho, mas a Bíblia mostra que os religiosos endureciam o coração e se mostravam intolerantes com o ministério de Jesus, enquanto os reconhecidamente pecadores se quebrantavam quando confrontados por Ele e procuravam de alguma forma, contribuir com o ministério Dele.

Isto aconteceu em Israel quando o judaísmo predominava e (de certa forma) governava a nação.

Será que conosco é diferente, mesmo vivendo em uma nação onde o cristianismo é predominante?

Penso que (em parte) Paulo estava se referindo a esta particularidade quando disse que “estas coisas foram escritas para aviso nosso, para que não fizéssemos a mesma coisa”. 1Co 10.11

Certo dia Jesus foi comer na casa de um fariseu chamado Simão o qual achava que a sua religiosidade o colocava em posição privilegiada perante Deus e que estava na condição de julgar outras pessoas.

Infelizmente, nos nossos dias, encontramos esta postura em alguns grupos que por questões doutrinarias julgam outros, agindo e ensinando que apenas aqueles que se submetem a doutrina deles estão salvos.

Esquecem que quem salva é Jesus. Trocam a obra do Calvário por tradição quanto ao comer, ao vestir, ou a maneira (a forma) de louvar, cultuar e adorar.

Amados, não é bom que seja assim. Vejam o que o Apóstolo Paulo disse: “Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não toque!”? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne”. Cl 2.20-23 NVI

Uma mulher entrou na casa de Simão quando eles estavam comendo. Lc 7.36-48

Lucas diz que era “uma pecadora”, o que provavelmente devia ser uma forma bastante educada de dizer que era uma prostituta. É obvio que ela não tinha sido convidada, e escandalizou a todos os presentes, exceto àquele que era realmente santo.

Nota: O nome dela não foi revelado, portanto poderia ser qualquer nome, inclusive o seu ou o meu.

A mulher tinha perdido a reputação, boa parte da virtude e, em termos gerais, estava quase completamente vazia por dentro – embora se embelezasse por fora.

Mas nem sempre fora assim, pois ninguém nasce desse jeito. Algo ou alguém a transformou numa prostituta. Houve um dia em que ela foi à filha querida de alguém, e (quem sabe?) alguém alimentou seus sonhos. Houve um dia em que, provavelmente, ela teve seus próprios sonhos. Mas isto fazia parte de um passado distante.

Fazia muito tempo ela não freqüentava um local de pessoas respeitáveis. Foi preciso muita coragem da parte dela para enfrentar os olhares e sussurros de reprovação daquele recinto.

Ela procurou os pés de Jesus. Ao contrario da maioria, que ainda hoje, só procura as mãos Dele, ou seja, só querem receber. E quando Jesus olhou para ela, em vez de desprezo, ela viu amor, e seus olhos se encheram de lágrimas e, não pediu nada, ao contrario, fez algo: ungiu os pés de Jesus.

Ela chorava e talvez estivesse pensando na forma como ganhou o dinheiro que gastou com o perfume. Talvez ela estivesse lembrando a garotinha que tinha sido um dia, ou estivesse pensando na distancia que havia entre o que tinha se tornado e o que desejava ser. De qualquer forma, em vez da cabeça, ela começou a ungir os pés de Jesus com uma mistura de perfume e lágrimas.

Então ela fez algo (ainda mais) inesperado: soltou os cabelos.

Nota: Isso não podia acontecer em um lugar respeitável, pois era uma violação das normas sociais; mulheres judias mantinham os cabelos presos em públicos.

Como prostituta, ela já tinha soltado os cabelos muitas vezes como um ato erótico, mas desta vez, tinha sido num gesto de admiração e respeito para enxugar os pés que ela tinha banhado e ungido (com lágrimas).

Ela havia soltado o cabelo mais uma vez. Só que esta foi à última vez. Agora ela tinha feito o que era certo. Seus dias de degradação estavam terminando.

Simão (o fariseu) não gostou disto e esperava que Jesus fosse chamar a atenção de todos recriminando essa mulher.

Antes de criticarmos a atitude de Simão, é bom perguntar como nós agiríamos se estivéssemos no lugar dele, que se sentia na obrigação de defender a reputação de sua casa.

Afinal, essa mulher era uma rejeitada pela sociedade e condenada pelos princípios religiosos e morais, porque tinha rebaixado e desafiado os padrões de fidelidade, e provavelmente, cooperado para a destruição de alguns lares. As causas que a levaram a degradação não serviam de desculpa para o padrão religioso de Simão, e os motivos que a levaram a prostituição não interessava a ele.

E você? Alguma vez já pensou nos motivos quando cruzou com uma garota de programa? Ou como Simão achou que uma palavra a favor da moral cabia ali?

Mas Jesus estava escandalosamente pronto a perdoar. Ele sabia de algo que a religiosidade de Simão (e provavelmente a nossa) não compreende: quando o arrependimento é sincero, o julgamento já aconteceu, e a absolvição vem a caminho.

Jesus mostrou para Simão (o religioso) que, embora ele tivesse deixado de dar água para Ele lavar os pés, ela os tinha lavado com as próprias lágrimas.

Embora Simão não tivesse lhe oferecido um beijo (lhe beijando a face como era costume na época), ela beijava os pés Dele repetidas vezes; Simão não tinha lhe oferecido nem mesmo um azeite barato para aliviar as dores dos seus pés, entretanto, ela os tinha ungido com um perfume caro.

Simão não poderia receber muito amor, porque estava preso a idéia de que não precisava de muito perdão. A simples idéia de sua superioridade moral e espiritual fez com que perdesse a noção de que também tinha defeitos e fraquezas e carecia da misericórdia Divina. E assim seu coração tinha se tornado menos amoroso e maleável do que o da pecadora que ele desprezava, julgava e condenava.

Entretanto a mulher sabia exatamente quem era (uma prostituta), e sabia que Jesus conhecia tudo a respeito dela e a amava mesmo assim. E com isso ela foi transformada.

A mulher não precisou parecer ser o que não era para ser aceita. Jesus a perdoou. Lc 7.48 Embora não esperasse receber nada em troca do que fez, ao contrario, temia não ser recebida e corria o risco de ser humilhada. Entretanto recebeu amor e foi tratada com dignidade. Jesus disse a ela: A tua fé te salvou; vai-te em paz.Lc 7.50

Surpreendendo Simão mais do que a seus convidados e a mulher mais do que a Simão. Com esta atitude Jesus estava dizendo: “Se você quiser me amar, ame também àqueles a quem amo. Tudo está incluído no mesmo pacote”.

Nota: Se você quiser demonstrar o seu amor por Jesus precisa amar ao seu próximo. Ele também faz parte do pacote.

Se quisermos levar a sério o nosso amor por Deus, precisamos começar a amar as pessoas. Todas as pessoas, e não apenas aquelas que são moralmente corretas e religiosamente santas. É preciso aprender a amar especialmente aqueles que o mundo costuma desprezar.

Mesmo o ser humano sendo imperfeito é capaz de produzir o amor que busca um valor e o amor que acrescenta um valor.

Esta verdade é extremamente importante. Herdamos isto. Desde a queda o ser humano nasce numa condição espiritual que chamamos de pecado original, e esta condição pode ser agravada pelas circunstancias, mas isto não é tudo. Cada um de nós acrescenta uma contribuição própria a esta condição de pecador.

· Preferimos mentir quando deveríamos dizer a verdade;

· Reclamar quando bastaria um pequeno elogio;

· E traímos (deliberadamente) mesmo quando fazemos voto de fidelidade.

Não é bom que seja assim.

Como uma gota de tinta que cai num copo d’água, o pecado se espalha por todo o nosso ser. Nossas palavras e pensamentos nunca estão livres dele. Somos pecadores sem dúvida alguma.

Deus conhece tudo sobre as nossas fraquezas e nos ama da mesma forma. Nossa degradação não é o que mais importa a nosso respeito.

Deus é bom e é esta convicção que o aproximará Dele.

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