sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dúvida

É interessante que as últimas palavras usadas por Mateus no seu evangelho para descrever os discípulos tenha sido: Quando o viram, o adoraram, mas alguns duvidaram. Mt 28.17

Os onze seguiram a Jesus durante três anos. O viram realizar milagres (de cura, libertação e até ressuscitar mortos), ouviram e se maravilharam com seus ensinamentos. Depois o viram crucificado e ressurreto, e a última coisa que lemos sobre eles é: Mas alguns duvidaram. Mt 28.17

Estes discípulos, (que mais tarde foram chamados de cristãos, ou seja, pequenos Cristos), são as primícias dos crentes da igreja atual. E o interessante é que esta característica nos acompanha. Somos “crente bipolar”, pois vivemos entre a adoração e a dúvida; a confiança e o questionamento; a esperança e a preocupação.

Quando Jesus confiou aos discípulos à chamada Grande Comissão, enviando-os para serem os seus agentes no mundo, deve ter olhado para aqueles adoradores cheios de dúvidas, antes de dizer: Vão! Mesmo cheios de dúvidas vocês mudarão o mundo por mim. Jesus sabia que à medida que eles avançassem as dúvidas seriam sanadas.

Discípulos não são pessoas que jamais duvidam. Eles duvidam e adoram. (Duvidam e pregam. Duvidam e evangelizam. Duvidam, mas dão um bom testemunho). Duvidam e ajudam uns aos outros em suas dúvidas. Duvidam e são fieis. Duvidam mas têm esperança.

Nota: Será que você é diferente? Amado você duvida porque é normal.

De vez em quando a dúvida faz bem para nós. Pode nos motivar a estudar e aprender. (Pode diminuir nossa arrogância. Pode nos fazer pisar no freio). Pode nos lembra de quanto à verdade é importante.

No entanto a dúvida também pode fazer mal; ela azeda como leite estragado, e é capaz de infiltrar-se na mente, parar a vontade, bloqueando a coragem e a devoção. Consegue prejudicar nossa capacidade de persistir, nos tornando indecisos, e corroendo a confiança.

Fazendo uma analogia. Assim como o colesterol pode ser bom (HDL) e ou ruim (LDL), da mesma forma a dúvida pode ser boa ou ruim. Assim como o colesterol pode ser fatal para a saúde, a dúvida (quando mal administrada) pode ser fatal para a fé.

A dúvida boa é aquela que nos tira da comodidade proporcionada pela segurança e nos faz vigiar.

‘Certa vez fui procurado por um ex-membro (da Igreja Obreiros de Cristo em Imbiribeira), com uma apostila que defendia a doutrina “uma vez salvo, salvo para sempre”. Ele queria a minha opinião, (ou melhor, queria uma discussão teológica), mas me limitei a fazer a seguinte pergunta: “Esta certeza vai lhe edificar, santificar ou liberar para atender os anseios carnais?” Ele ficou pensando e não voltou a falara comigo sobre o assunto.

‘Eu sabia que ele tinha um relacionamento fora do casamento e penso que estava procurando apoio para isto. Algumas pessoas gostam de se enganar e abraçam qualquer doutrina que justifique suas atitudes. Não querem mudar, mas querem apoio.

Não há caminho para Deus que ignore a santidade. Você pode ter muitas dúvidas teológicas (intelectuais) e é importante ser sincero em relação a elas, (conversar sobre elas), orar e examinar as Escrituras.

Todavia, confessar, orar e estudar, não afasta a necessidade de escolher. É preciso se posicionar. É preciso identificar o que está lhe segurando. Solte-se do egoísmo. Solte-se do medo. Saia da escuridão. Faça a escolha certa, e a escolha certa é Jesus.

Acredite n’Ele ou não. Um dia, (independente da sua vontade), a vida se soltará de você. (Comigo acontecerá à mesma coisa). Portanto a verdadeira questão é: O que acontece em seguida? Esta dúvida pode direcionar sua vida.

Alguns acreditam que será o fim. Que não existe nada além da morte. Pensam que o que chamamos de alma não passa de neurônios que deixarão de trocar impulso, e nada mais. Os seis trilhões de átomos que foram utilizados por seu corpo se transformarão em adubo e que você é simplesmente isso.

Jesus, no entanto, dizia que existe um Criador e que há vida após a morte. Mesmo assim, (alguns crentes), ficam “em cima do muro” e crêem na ressurreição de forma abstrata, como se fosse uma idéia.

As dúvidas mais comuns podem ser divididas em três categorias.

A primeira está relacionada a provas. Às vezes gostaríamos que houvesse o mesmo tipo de prova da existência de Deus que há a respeito do fígado, do sarampo ou da diabete.

A segunda está relacionada aos próprios crentes. Por que não somos melhores? Porque os crentes se envolvem em todo tipo de confusão. De cruzada a inquisição. Faz politicagem, manipulação e exploraram uns aos outros. Roubam e fazem todo tipo de discriminação, (às vezes em nome de Deus).

Se o que Jesus disse é verdadeiro porque não amamos o próximo que foge do nosso padrão? E por que alguns crentes podem ser negativos, críticos, hipócritas, mesquinhos e vingativos?

A terceira categoria está relacionada ao problema da dor. Por que Deus não explica o que está acontecendo (ou, melhor ainda, por que não lhe dá um basta), e tantos inocentes sofrem.

Todos já fomos confrontados por essas dúvidas. Como você administrou isto? Como Pascal disse: “Há luz suficiente para quem quer ver e escuridão suficiente para quem crê diferente.”

‘Um crente que não tinha um bom testemunho ao ser confrontado: “Como você pode ser crente e comportar-se tão mal, ser tão mesquinho, tão egoísta e aproveitador?” Ele respondeu: “Imagine só se eu não fosse crente.”

Cinismo ou realidade? Qual a sua opinião?

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