terça-feira, 17 de abril de 2012

Expectativas falsas




As expectativas falsas não provêm, necessariamente, do julgamento, mas é tão destrutivo quanto ele. Elas provem de imagens falsas em nossa alma que foram depositadas ali por outros meios.

Essas expectativas falsas fazem com que consideremos, erroneamente, os outros da mesma maneira como consideramos a nós mesmos.

Essa forma de expectativa está intimamente ligada com o julgamento de raiz de amargura. Geralmente, elas andam juntas. Por exemplo: se eu acho que tenho um nariz comprido, espero que todos vejam e saibam que tenho um nariz comprido.

Se eu achar que sou menos inteligente que outros, então, quando eu for entrevistado para um emprego, vou crer que a pessoa que está me entrevistando perceba imediatamente que me falta inteligência.

A verdade é que o entrevistador ainda não formou uma opinião sobre mim e não sabe nada sobre mim. Pelo fato de eu me ver através de uma imagem falsa, me considero burro, perco a confiança e conseqüentemente ajo dessa forma. Então, a pessoa que está me entrevistando percebe que ajo como se fosse burro, forma a opinião de que eu não devo ser muito inteligente e me trata de acordo com essa opinião.

Assim eu crio o meu mundo para ser compatível com a minha falsa imagem por meio de uma expectativa falsa.

Agora, quando o entrevistador me tratar como se eu fosse burro, a minha falsa imagem é fortalecida e me confirma que, na verdade, eu não devo ser muito inteligente.

Esse é o mecanismo pelo qual a nossa falsa imagem opera. As falsas auto-imagens em nossa alma formam um comportamento (portanto, não está presente) proveniente dos outros e que nos confirma a “verdade” de uma imagem falsa na qual acreditamos.

Suponhamos que um menino cresça sem que os seus pais o tenham disciplinado da maneira apropriada. Em vez de tomarem atitudes disciplinadoras, os pais apenas gritaram e berraram e ele continua desobediente.

Os pais dizem constantemente a ele e as outras pessoas o quanto ele é malcriado e desobediente.
Quando essa criança começa a estudar, o seu primeiro ano, a professora não conhece nenhuma das crianças da sala. Porem, esse garotinho tem uma imagem de si mesmo já incutida na sua alma: “Sou um menino malcriado e indisciplinado”.

Ele também acredita que todos os outros adultos ao seu redor já saibam e acreditem que ele é assim.

No primeiro dia de aula, ele vai para a sua classe e espera que a professora o trate como se ele fosse malcriado e desobediente. Em sua mente, o menino faz com que a professora tire conclusões sobre ele baseadas nos pensamentos que ele tem de si mesmo.

Ele age de forma malcriada e desobediente, e, adivinhe... A professora o trata como se ele fosse malcriado e desobediente! Isso confirma a verdade de sua auto-imagem.

A verdade é que a carne do menino formou esse comportamento e fez com que ela lhe confirmasse a própria auto-imagem.

Esse é o mecanismo pelo qual a nossa carne manipula a carne dos outros para fazer com que eles nos confirmem a falsa auto-imagem na qual estamos andando.

Um comentário:

  1. Saudacoes Ap.

    Depois de ler seu artigo sobre " falsa auto-imagem " confesso que um broto de esperanca desanpontou em mim, espero que seja a ponta do iceberg no minimo .. Porem ainda tenho um conflito . Por que as pessoas ainda que saibam que se trata de algo falso e prejudicial nao conseguem mudar a otica ? Digo isso porque poucos meses atras eu dizia : " eu nao sinto odio , eu sou o odio personificado " E quando nao era tratada como tal ficava desapontada , porem bem la no fundo do meu ser um desejo frenetico da reciproca nao ser verdadeira com relacao ao meio explodia. Isso parece auto-sabotagem ... Imagem tem a ver com oque eu mostro para os outros certo ? Entao anular a falsa imagem tem a ver com o mudar de atitude ok ? Sera que isso vem de uma necessidade de ser aceito , mesmo que negativamente ? Que conflitante .....como mudar entao...

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